quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

DIA EM MAIO


Amo dias frios. Abro a janela e o vento sopra a chuva pra dentro de mim. Amo as palavras, elas dedicam um tempo ao fim, fecham em si mesmas o que o tempo e a vida deixam abertos, rastream no círculo dos anos as mudanças, as lembranças, as lacunas de sim e de não, a homeopática solidão de dias diversamente perdidos em anos contrários, a confusão . Hoje o poeta traduziu “dia branco”, eu não sei o que isso significa, mas tênue luz se incorpora, penso nos amores de outrora, na lucidez das horas doces, na delícia aflita de desejos incontidos, na pulsação de ventres como o mar revolto, chuva cai resoluta, imediata, desafiando tudo que não pode ser, diálogos escritos ao contrário, temerário paladar.
Escrevo hoje por ti, não para ti, escrevo por dias vagados entre lojas e sonhos de consumo e compromisso, de ilusão e saudade, escrevo para aplacar essa saudade de te ser comum, idônea, gentilmente pessoa, cidadã do universo, quase ausente em tua história. Te escrevo porque por agora o dia cala, a noite que não veio ainda virá comovida embebedar-me. Escrevo por amar-te e o teu rosto disposto em sonho, do que vivi e não sei se vivi, pois acordada ainda durmo à tua espera ...
Como enfrentar o novo, preciso de socorro, amor perdido, um tipo de maldade que ainda não decifro.
Preciso de fé, lâmina nova na minha espada, luz na estrada,
Um caminho escuro e esquisito, um inimigo que mora nesse velho peito aflito.
Anseio um carinho, uma palavra, um gesto, um denguinho.
Aviso aos navegantes, não sobra nada do que era antes, será que um dia vou aprender, vou deixar de esperar, vou resistir ao querer?
Amanhece mais um dia, e rompe uma saudade-antiguidade, pássaros voam aos bandos, sinto-me estranha, desligada de tua realidade, da minha realidade, uma canção me faz lembrar que a vida morre, que o tempo corre por sobre todas as coisas.
Sigo sozinha na cidade escura e quente, no intermitente, na contramão da explicação, num desabafo.
Percorri tantos lugares, tantas vegetações, fiquei mais forte pra chorar pela morte, pra enterrar a ilusão, pra me acompanhar só de estrelas, fiquei inteira.
No mar, na caatinga, no sertão, na extremidade entre o sim e o não, aonde as palavras não chegam, ponta dos pés, dor de sapatilha apertada, lugares de antes já tão distantes, amigos de outrora em nova aurora boreal...
Respirar o ar, encher pulmões, interiorizar repetições, convercer-me que cresci, que é normal perder, seguir, deixar, esquecer, sentir, sem-ti...
Avançar com o que sobrou, pequena borboleta amarela entre o mato verde, tentar ser feliz, sonho no vento, alegria em pensamento, urgência de viver até o fim!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Eu preciso do teu silêncio absoluto, obsoleto.
Eu preciso do teu...
Esconde tua voz, cala teus medos
E deixa passar teu brilho.
Haverá nisso um segredo
Que afogará meu medo
E libertará um som.
Arma-se a bancada e as pessoas bancam insaciadas, cumprir as penas, seguir à risca.
As leis deixam sempre alguma pista.
Todos calam, todos falam, poucos concordam.
Pensamentos mal concebidos, cada um dentro de si, a multiplicidade
Toda, a diarréia da concepção.
As tantas portas ilimitadas para o caminho da salvação.
A Glória ou O Glória?
O Tick resplandecente de uma nova era,
Onde não mais se espera gente ser gente,
Onde as palavras são de uma total confusão.
Onde não se vence porque é mais democrático perder.
Portas e janelas se fecham.
Uma inquietação invade o quarto
E um mistério revoa no frio.
Um homem sem corpo se senta ao sofá
E lê meus pensamentos.
Se move e pára.
Tem todos os elementos e não pode nada.
Irredutível e pasmo, faz-se e desfaz-se.
Contínua vida de altos e baixos,
Espectro triste, atmosférico e enfático.
O fantasma do 001
É facilmente notado.
É só procurar no espelho e o notarás meio pálido.
Componho versos sem ritmo.
Acompanho jornais de outros dias.
Países, plásticos e um momento suspenso.
Onde não penso. Onde não...
Sem notícia, sem esperança, inerte,
Prazer de existir.
Deixo-me ir.
Estendo ao sol,
Alço vôo pelo simples prazer
De conhecer o movimento.
Do outro lado do mundo,
Caminho e todos somos iguais.
Fomos, somos, hoje, ontem,
Não importa quando.Ando_ e o oriente se produz infinito no ventre do ser.
Sou uma torre imediata, esquecida
Século após século.
Sou também a princesa presa
E o príncipe liberto.
Sou a distância da torre,
A tristeza do amor,
Sou o que não se realizou.
Você fez, eu não.
Você foi em vão.
Tava vivo. Eu sei que tava.
Doía fundo mas não acabava.
Palavra, sonho, mera utopia.
Agora nada.
Nosso amor passou 5 anos na U.T.I.
E eu à espera dele falecer.
Mas foi você quem o matou.
Digo melhor, suicidou.
Matou a ele, matou a nós
E como um algoz fugiu depois.
A sua aparição se repete sempre em intervalos a dois.
Sumir depois e retornar,
Projetar planos de futuro no escuro,
Nas ânsias de duras carícias.
Eternos estranhos se beijando,
Sumindo nas ruas sem luas,
Se escondendo, se entregando,
Negando a realidade.
És uma mentira verdadeira
E é crer ou não queira.
Não creio e cansei de quero,
Espero nunca mais.
Para meu pai:
De todas as maneiras não ditas e ditas
Talvez com insensatez.
Na escuridão de um momento,
Nas laterais de um sentimento,
Ficam abertas,
Expostas ao mundo.
Nasci ontem, anteontem, antes de todos os hojes,
Nasci de você e cresci ao perceber balas redondas,
Noites negras, chão frio.
Quando tudo parecia despertar e em torno de mim,
O de sempre,
Aquele que esteve presente na minha dor,
Na minha alegria, então descobria
O meu amor por você, antigo e forte a me guiar,
A ser luz.
Pelo que sei e também não sei,
Pelo que és.
Tua fronte envelhecida,
Teus olhos bravos,
Teus cabelos calvos,
Tua musculatura cansada,
Mas reanimada pela minha certeza de proteção.
Porque onde vais, levas também meu coração
E onde estou,
Guardo-me do medo de enfrentar a vida sozinha.
Pai sou tua menininha e tu,
o meu herói,
o que me salva mesmo quando não estou em perigo.
Tudo é veleidade, é imperfeito, não tem jeito
De voltar no tempo
E não entrar na carruagem,
Não dizer bobagem,
Não te amar.
Retiro o amor,
Ponho horror, medo, sedução,
Ponho a promessa feliz de uma doce ilusão.
Pus toda minha juventude,
Pus o que pude.
Meus restos de esperança,
Minhas lembranças,
Minhas vitórias são minhas maiores derrotas.
Não ponho mais nada,
Apenas um fim nessa triste estrada.
Independência ou Morte?
Morrer ao lado de mim.
É preciso cautela, olhar o sinal,
abrir a janela, plantar no quintal.
É preciso ser mais. Deixar pra trás
o que é de trás.
Olhar pra frente e seguir.
Olho pra o fim do túnel e bem no fundo percebo
Que o mundo é o que não sou,
Não fui, e talvez seja nunca.
É que nada deixa de existir nesse laboratório mesmo que somos.
Tantas experiências, tantas desavenças, ofensas, nem recompensa lembrar.
Carrego comigo projetos de esperança que faço força pra se realizarem.
O ontem passou deixando saudade,
Mas a realidade não passará sem me deixar.
Para Leiloca:
Exceto pela noite negra que te envolve, és luz.
Exceto pela luz noite que tu és...
A lua se farta na tua negritude,
Os animais te cantam porque te amam,
te amam e dormem
e tu ó negra mulher,
ó canção dos loucos,
deusa mansa,
dás função à luz, dás sentido aos sonhos
que acendem apenas quando fechamos os olhos.
É primavera.
A vida é tão bela.
O sol arde sobre a minha pele.
Não sou por acaso.
Antes sou premeditada,
Nascida para viver,
Para descobrir o que se esconde
Atrás do mistério de viver.
A noite sabe o que fazer.
Quero ser apenas o que escorregar das costas negras,
Som de flauta, luz de ribalta, pássaros...
Hoje fugi de mim um pouco.
Hoje não sou.
Libero e corro,
Morro no centro do sol
E deixo que a noite sugue os meus últimos raios de vida.
Mim foi.
Foi por mim que fiquei acordada,
Vi a madrugada sugar os restos da noite.
Não vi mais nada.
Tive vontade de ficar calada,
De rezar para o Deus da Felicidade
E de curvar meu ser miserável com saudade
De tanta besteira que vivi,
No raio de uma estrela que hoje perdi.
Um milagre,
Uma certeza.
Algo que me faça prosseguir.
Espero não dormir.
Acordar longe daqui.
E de tudo que não me tem feito.
Talvez o mais feliz dia entre nós.
O nascente e o poente,
Permanente.
Antes de eu ir embora,
Eu olhei nos teus olhos profundos
E nele nos vi perder,
A última possibilidade de ser.
Não somos mais.
O dia fecundo,
Todo mundo parou e sem querer
ou por querer demais,
dissemos fim,
dissemos jamais.
Às vezes eu sou tarde,
Mas eu sou sempre.
Foge de repente a minha inspiração.
Foge para o fogão.
Assaz.
Assada.
Assim queimada como as idéias industrializadas.
Era bom se fosse hoje. Era ontem,
e será talvez.
A insuficiência de mim em você
É uma grande escassez.
Não compreender é mais,
É tornar-se universal,
Deixar um grão de areia voar
no precipício.
Não saber onde está o início.
Não compreender
É me deixar ser,
Sem que ninguém saiba que sou.
Lambemos olhares.
Mão na mão.
O meu perfume penetra teu coração.
Já é noite.
Palavras arriscam
Para resgatar um início.
Palavras...estrelas tentadas
Fingem cair do céu.
Ardo de loucura ao querer teu beijo.
Desejo...agora mais não;
O passado é a nossa ilusão.
É completo o silêncio dentro de ti.
Tua rosa, meu espinho.
Não tenho nada pra falar.
Calar pra te ver dormindo.
Para ir mais, correr
Atrás dos teus sonhos,
Da imensidão que sei,
Existe e até parece triste.
Tão triste como contemplar o mar no deserto.
Tudo está tão perto.
Ser devagar, apenas deixar seguir,
O mundo assobia a poesia
E nós dois juntos, o ritmo do amor.
Eu pensei ter algo novo para te falar.
Eu pensei calar e não calei...
Deixei as palavras no trampolim do silêncio,
esgotei o momento.
Eu queria ser última, anoitecer na tua vida.
Abriu-se então uma ferida e eu no centro,
Sentindo dor, causando dor, amor.
Eu não sei se passado tem cura
E se algum dia eu me perdoaria de ter virado a esquina
ter deixado para trás a nossa história tão linda.
Não sou mais.
É difícil entender.
Falar de você no início e terminar falando de você.
Tudo agora é longe
E eu te alcanço apenas com a saudade,
Com a estranheza de realidade.
Talvez eu não queira acreditar.
Você ser capaz de amar outro alguém,
Tudo bem.
Por trás de nós dois,
Só a lembrança azul descolorindo.
Invado a minha dor.
Adiante de mim, o sol escapulido derrete,
E sua luminosidade me remete ao cosmos.
Estou pálida, estou lua, nua de morrer.
Não sei saber. Não saber não quero.
Agora não espero o tempo e percebo
Que toda cor é transmutável.
Vou ali, caio aqui
E me levanto para erguer o oriente,
Para brilhar hoje mais que tudo.
Apago o escuro e sopro o vento e
dentro mim uma estrela adormece minha dor.
Olhar por sobre o céu azul.
Ver o círculo da vida nos cercando,
Não ver mais nada.
Ficar calada e ter medo,
Ter amor,
Perceber que acabou e
dentro de mim mesma procurar um ponto final.
Sem segmentos, sem pausa, sem interrogação.
Apenas o fim de uma antiga sensação.
Nada é como é...
Uma vida vale enquanto dura.
Dura a vida um minuto na fartura.
No mesmo sempre, a velha indecisão.
Deixar-me ir ou me esconder na solidão?
Futura é a dor de quem se nega a ser,
Provável é o medo que nos condena a morrer.
No antigo cair da noite, os sonhos, a doce ilusão.
E tudo se repete distante do meu coração.
Palavras sujas andam soltas na minha boca.
O lixo cristaliza a minha salvação.
O peso pesa. Pesa mais a mágoa no coração.
Qualquer hora dessas esqueço essa de educação.
E de trabalho interno, perco as estribeiras e parto para baixaria
e você vai ver que não há rosas sem espinhos.
Por que chorar? São tantas lágrimas e uma ilha escura,
Cercada de gente por todos os lados.
Gente sorrindo, gente chorando,
Gente querendo ser gente
Com o melhor de humano.
Esquecer tudo outra vez e ir além do que sonhei,
Amar Jesus e confiar que as coisas são como devem ser.
Folhas secas cobrem o chão.
Poderia ser só isso, mas não é.
Uma árvore antiga dorme de pé.
Poderia já nem ser, mas é.
Um pássaro cansado voa quando quer.
Poderia suas asas inclinarem na paixão ?
O meu amor é o teu perdão e porque cometeste
Em mim a tua brisa suave.
Peço que em ti guarde,
A sombra da nossa ilusão.
Uma rosazul te guarde no coração.
O mundo nada elimina.
Eu não estava lá,
Eu sei.
Eu não vi a vida acabar,
Eu fugi.
Eu nem sei exatamente o que senti,
Quando de repente tudo vira fogo;
Velhos, adultos e crianças,
Adubos sem herança fertilizam uma terra estéril.
A bomba é um mistério de um corpo sem vida
E Hiroshima é o cemitério de tantas almas perdidas.
É agosto. Pergunto a quem,
Como pôde ludibriar-me o tempo?
Em que momento me esqueci do hoje?
As coisas não são como foram,
Ganham novo corpo, nova essência,
Eu ganho experiência.
Com gosto, agosto há de ser muito bom.
Eu hoje estou disposta a sair pelo mundo,
Derrubando muros,
Catando conchas no mar.
Eu hoje estou querendo cantar,
A vida que me acontece lá fora.
Eu hoje estou só agora,
O resto do dia passei esquecida
Sem lembrar o que é a vida,
Tijolo por tijolo,
Construímos os muros da nossa prisão.
Não me lembro. Uns retoques ali, aqui.
Uma ferida mal curada dói, um amor que não
Se acaba rói o meu coração.
Sessão agosto, até que não teve tanto desgosto.
Já não espero muito, já não quero tanto.
Apenas me encanto e espero que o meu tão belo volte
A florescer em setembro.
Não contabilizadas. Preciso urgente
Ser competente, me controlar,
Converter em critérios as minhas
Somas, não me endividar.
Corro atrás do tempo e
Da poesia sentida,
Era a vida, e o que é então?
Tudo se passa no meu coração.
Longe do papel
E fora do alcance das mãos.
Estanca. Algo estanca.
Avenidas correndo por dentro em mim
E eu cada vez mais distante,
Talvez mais errante.
Não reconheço meu próprio museu,
Não serei eu mais eu?
As dores pontilharam uma reta sem fim
Que fizeram de mim infinita.
Às 2hs da tarde, tempo me prendeu.
Fiquei imóvel, estendida sobre a vida,
Sem saída, sem ida, sem vinda.
Sem nada ainda.
Afogada num mar de água parada, fiz-me onda
E bati meu corpo elástico na areia
De plástico de um coração seco e duro.
Viver não é seguro.
Morrer então, completa solidão,
Livre para sempre do relógio e da mente.
Ao morrer já era 2h e 1 minuto.
O domínio do fim.
Amizade pra mim é loucura.
Farsa pura. PURA.
Sem conversa. Sem contra-conversa.
Sem meia-lua dispersa.
Ouvir, calar, conjugar todo verbo da virtude.
Somos todos iguais, banais e fingidores.
Prolongando apenas a idéia de ser melhor.
Se houver que não seja logo,
Que demore um pouco.
Irredutível ao nível de ser você.
E se cair, tão seca e torta,
A amizade morta velará para sempre
O ofício da paz.
À sombra do infinito
Vejo o visgo bonito da amizade com círculo de arco-íris,
Com uma estrela piscando o medo
Que renova o desejo de amanhecer outra vez.
Se houver que não seja logo,
Que demore um pouco.
Irredutível ao nível de ser você.
E se cair, tão seca e torta,
A amizade morta velará para sempre
O ofício da paz.
À sombra do infinito
Vejo o visgo bonito da amizade com círculo de arco-íris,
Com uma estrela piscando o medo
Que renova o desejo de amanhecer outra vez.
Silêncio absoluto.
Não sei onde andarás.
Um velho conto de Machado de Assis,
Uma música de Paulo Diniz. Qualquer coisa prediz o triste,
A nossa essência insiste. Penso tanto em você.
A vida começa a chamar,
Talvez seja preciso acordar para outro sonho.
E é só: pedras que encantam pedras.
Vidas cegas se gastam com a chuva,
se gastam.
A insistência em escolher,
minha pressa de viver
e é só,
um nó que não consigo desfazer.
Nada temos a não ser a vontade de viver.
Teu império de fogo, teus olhos são sedução.
Meu medo nem sequer te toca ao coração,
Pois sabes que não tenho medo.
Há apenas o pátio negro e a tua imagem.
Quedamos sós. Nenhum de nós pode ir até o fim.
Nenhum: se abriu, outro se fechou,
Um floriu outro despetalou.
O sangue, o sumo, o rumo pouco importa.
Ninguém: caminhou para me ver crescer,
E sorriu ao perceber que não cresci.
Aparições: guardar imagens e vozes, dias velozes, poeira e vento, limpar o momento até torná-lo claro e depois libertá-lo.
O hoje que se foi. O ontem que não é mais.
Seria difícil compreender o porquê de um gesto durar tanto tempo, avançar tanto as noites. Entretanto em alguma parte da memória registro a nossa história com uma caneta velha e imortal, torno nosso amor original.
Aborreço sinais de trânsito, toco buzinas,
Investigo as usinas, permeio as conspirações.
Corrijo os insensatos com a minha insensatez.
Faço versos de brocado,
Durmo com a minha nudez.
Derramo o meu sarcasmo nos desanimados e nos desenhos animados,
busco a lucidez.
Usar de novo a minha vida, com substância da gente.
Captá-las, transformá-las, aquecê-las, esquecê-las.
Não estou resignada, o futuro, o pretérito e a chegada.
Sem canto, com encanto, sem piedade, a morte é a nossa finalidade.
Oh, que dificuldade de escrever, de pensar, de viver.
Tragicamente a aurora desceu, e o que era eu não hoje sou.
Penso nas flores que furtei das janelas por onde andei. Penso nelas mortas, lembro de um antigo objeto desaparecido, sem queixa na polícia, nem nada. Penso na palavra e na solidão das canetas e no universo das mãos. Penso que a liberdade do pensamento tenha talvez corrompido os meus sentimentos e furtado minha inspiração.
Como um propósito sem fim, dei um fim ao meu propósito. Enviei o meu risco a você. Não sei o que espero. A luta diária às vezes requer tanto de mim...
Luto mesmo assim. Corro perdida por entre a vida de pessoas conhecidas ou desconhecidas, todas esperam que eu diga o que eu vejo. O velho cenário é o palco onde todos estreamos. Não importa o que vejo, realmente o que importa é o que sinto quando vejo e busco ver, pois me custa muito perceber as pequenas coisas óbvias e aí então... fecho os olhos e experimento a vida.
A gente precisa voltar ao que era antes da gente ser.
Só me resta tentar. Ir além do mar, banhar-me em águas que refletem a condição. Viver é ter que ser alguma coisa, antes para si e encontrar-se é ver o todo quando se é parte. Reparte metade e a entrega é fatal, saber alguém como a si mesmo. Talvez não, quem sabe a estrada tem uma só mão. Quem sabe a poesia é chá com torrada ? Mais além, voarei, entre o tempo e o espaço, eu serei aquela que tenta.
Minha solidão é a solidão de ninguém. De um trem vagando no trilho, de um trem invisível perdido na cidade do medo.
Minha solidão é meu segredo. Não conto a ninguém.
Nem durmo sequer. Mantenho a água fervendo, mas não tenho pressa de atender ao telefone, se ele toca uma canção que me faz esquecer. Esquecer ou lembrar?! São tantas canções... Minha solidão é sonhar, não como um sonho noturno no meio de julho. Sonhar como árvore, sonhar verdadeiro, sonho de raiz. Pois um dia eu quis que a minha solidão fosse nossa. E que minha vida fosse composta de teu morno delírio. Hoje morte de frio no sereno da saudade. Minha solidão é minha própria liberdade.
Os verbos são os mesmos.
A vida não; Terreno baldio é plantação;
Mas erva daninha faz arar meu coração.
Teus traços não me alcançam mais.
Teu sorriso não enche de luz minha visão.
És o de então, só que tua realidade
É pra mim desilusão.
De passarela: Passo pela tua tela, sem vaidade,
Sem presunção.
Passo o olhar de perdão e te beijo
Unicamente
Sigo sozinha, vou em frente sem
Lamentações.
Cantarei ao mundo o meu canto profundo,
O meu jeito de ser.
Cantarei você que passou pela passarela
Do meu viver e arrancou
Aplausos sinceros de mim.
Duas borboletas voam
Emparelhadas no verde.
Ver-te.
Duas borboletas voam
Seus destinos, não sei.
Partirei, partirás.
Atrás de nós um jardim
Com flores tentando nascer.
E mesmo sem querer,
A tua liberdade me condena.
De braços abertos
Pra o mundo.
Respiro profundo.
Vida.
Dezenas de milhares de pessoas experimentando.
Tentando e mesmo não conseguindo,
Indo, o amor
Está brotando.
Meu crime foi crer.
Cremer. Tremer. Sofrer.
Teu crime foi apenas nascer.
Com o olhar-céu,
Com esse beijo-mel
E essa meiguice que faz poesia
Com meu coração.
Nosso crime é todo paixão.
Vinte e uma alegrias.
Todos os dias lembrarei que a vida
se refaz em meu ser e
você sorrindo me faz parecer com um sino
que bate,
anunciando que o silêncio interior
pode ser quebrado,
o amor renovado
e tudo transformado numa aventura sincera
onde o que se espera é que a manhã
não amanheça e a gente se esqueça
que o futuro não importa.
Se eu cheguei, eu estava aqui.
Rubros sonhos em folha de cetim.
O mórbido bordel sem estrelas de papel.
O razoável se oculta.
Memória curta. O menino querendo crescer
e crescendo sem a gente perceber.
Canta viola, canta chorando um lugar esquecido
em minha memória
e que a felicidade de ontem se repita agora.
Pode ser de repente.
A gente se entrega.
A imagem no espelho,
O robusto desejo
E antes que se pense três vezes.
Era tudo ilusão virtual da paixão.
Não há o que lamentar. Os erros que a gente erra
Com o tempo acerto será.
Regresso pensando em coisas
tão doces e verdes.
Regresso sentindo que o teu menino
Fez gelar a minha menina.
Sou capaz ainda.
A noite vem como um assombro.
Eu rondo e em volta de mim
O medo se instala.
A vida pára e se agita.
A profecia do tempo.
As palavras ganham pensamento
E preenchem uma velha forma desconhecida.
Tudo acaba e a noite desaba em meus sonhos.
E mais nada.
Estou de novo na estrada.
Ele nunca existiu, foi imaginação, uma idéia que fiz acontecer.
Mas idéias não são ideais, não se luta por elas
E por isso findam por não pedirem demais.
Ele nunca existiu, foi imaginação, uma idéia que fiz acontecer.
Mas idéias não são ideais, não se luta por elas
E por isso findam por não pedirem demais.
Olho e não vejo. O tempo adormece o desejo.
Parece um dia como outro qualquer;
Estou distante e esquecida andando pelas ruas da vida,
A procura de um rastro qualquer que me traga de volta.
Borboletas dançantes ocupam o meu jardim sem festa.
A verdade está em mim.
Na verdade, a verdade sou eu
E você que morreu e não sai da história.
Personagem com memória.
Noite sem sono. Beijo sem desejo.
Não preciso e toco a pele de um homem,
Que parece e não será e não é, meu medo de mulher
Florestas de luto:
Devo estar mesmo triste. A poesia insiste.
É o pincel que não pinta, é a tinta.
Entre o medo e o ato, tenho pois um salto de 108 Km.
A chuva elimina o horror. Volto a sentir calor.
Os lírios despem-se. Tua voz anoitece com pressa.
E já não há alegria na minha fantasia. Só aflição do meu pranto na multidão.
Ninguém me viu chorar. Ninguém leu no meu coração a tua imagem.
Falam de mim os injustiçados, os deprimidos, os apaixonados.
E calam as flores, pois temos histórias antigas de amores despetalados.
A tua presença parte em mil partes eu-diamante.A tua presença brilhante ofusca a minha dor
E cruza a imensidão do pavor.
É sobretudo momento de tristeza bruta,
Um segredo comunica-se como um anúncio explícito,
De súbito me deixei perceber que meu amor por você luta.
É outra época. Daqui a dez anos,
Tirarei o luto e replantarei florestas.
Florestas de luto:
Devo estar mesmo triste. A poesia insiste.
É o pincel que não pinta, é a tinta.
Entre o medo e o ato, tenho pois um salto de 108 Km.
A chuva elimina o horror. Volto a sentir calor.
Os lírios despem-se. Tua voz anoitece com pressa.
E já não há alegria na minha fantasia. Só aflição do meu pranto na multidão.
Ninguém me viu chorar. Ninguém leu no meu coração a tua imagem.
Falam de mim os injustiçados, os deprimidos, os apaixonados.
E calam as flores, pois temos histórias antigas de amores despetalados.
A tua presença parte em mil partes eu-diamante.A tua presença brilhante ofusca a minha dor
E cruza a imensidão do pavor.
É sobretudo momento de tristeza bruta,
Um segredo comunica-se como um anúncio explícito,
De súbito me deixei perceber que meu amor por você luta.
É outra época. Daqui a dez anos,
Tirarei o luto e replantarei florestas.
Amanheço sorrindo.
E a vontade incessante de deixar você ir, sem retê-lo, sem medo.
Seca e forte como a morte.
É apenas um instante entre o escuro inicial do dia
E a minha falsa euforia.
Ergue-se o sol e com ele você.
Antes o vento balança a saudade e arrisca
No infinito o teu sorriso bonito.
No quarto subterrâneo o silêncio penetra.
O silêncio é uma promessa que não pode nunca se quebrar.
Em minha falta de pressa toda a vida recomeça
E vai se acumulando como um piano no canto da sala.
O pobre piano ignorado, inadaptável e tranqüilo.
Objeto perdido numa família perdida.
A hora é pesada de sono.
Uns olhos se fecham e se abrem.
Experimento viver e tudo que espero é um par de chinelo
E alguém que me compreenda sem tanta explicação.
De frente para esperança. Adormeço sentindo.
Nem chorando nem tampouco sorrindo.
A vida pára algumas horas e se espalha por terra molhada.
Alimentando sonhos, fiando ilusões, devorando certezas.
Para que o dia recomece e eu já saiba sofrer
Entre os mortos e os vivos. Entre o pus e o sorriso,
E o invisível colorido do amor.
Dias assim como esse.
Não chove, não faz sol,
Não faço nada.
Sigo passado, sem pensar,
Sem sentir, sem lembrar.
Dias como esse, sou feliz.
Do outro lado :
Parece poesia mediúnica
A única coisa que mede é a dor.
A dor daqui.
A dor daí.
A dor de todos os humanos que morrem
Antes de saberem o que é viver,
o que é sentir.
Domingo fechado no meu coração.
Um homem com uma lança avança,
Pede uma chance e num relance digo não.
Não posso ninguém,
Não posso comigo.
Não posso amigo,
Porque todo dia é domingo
E toda eu é você.
Presa ao presente.
De presente,
A presa sou eu.
Não devo exigir nada de você.
Felicidade é crer em mim.
É aqui, aí, livre.
Por hoje te quero.
Por hoje não espero.
Entrego tudo aos nossos anjos.
Falta o ar.
Falta no ar.
Falta de você. Onde estará ?
Dormir para acalmar. Deitar sem sonhar
Arrasamento. Lamento. Sofrimento. Condicionamento. Amor sem sentimento. Momento. Arrependimento. Descobrimento.
Afastamento. Incremento. Nascimento. Relacionamento.
Temperamento. Argumento. Pensamento. Fundamento
Alimento. Casamento. Sepultamento.
Não tenha medo de correr os seus riscos.
Quebre seus copos. Mostre seu amor.
Faça-me confiar em você por favor.
Não se vá. Não quero ir. Enquanto houver sentimento
Eu quero sentir.
Uma vontade pra onde não sei, de retornar ao ponto em que parei.
Tudo esquecido; Não há memória agora.
Meu tempo começa onde vejo nós.
Como agir? Devo calar? Espero sentir na minha alma,
O que devo fazer.
Esperei por você. Esperei sem saber o
Que se passa em seu coração.
No meu solidão...
Não tenho me permitido pensar em você.
Estou tentando perceber o que está me acontecendo,
Mas algo dentro de mim está morrendo.
Por que querer me enganar?
Você levou tantos sonhos bons e o que há agora
É cama vazia e a vontade de ir embora.
Não tenho me permitido pensar em você.
Estou tentando perceber o que está me acontecendo,
Mas algo dentro de mim está morrendo.
Por que querer me enganar?
Você levou tantos sonhos bons e o que há agora
É cama vazia e a vontade de ir embora.
Me beija um beijo doce.
Me acorda de novo e pronto.
Estou sua, na cama, na lama, na rua.
A uma altura dessas eu já nem sei
o que pode estar acontecendo.
O vaso rompendo deixa a água espalhada pelo chão
E ainda há tanto tesão na nossa solidão.
Beijo tua boca e dela não me canso.
Me cansarei nunca ?
Beijo-te por inteiro e fica faltando um pedaço,
Porque a noite não cabe o meu desejo de ser.
Tudo se corrompe e nada explica o porquê.
Até não poder mais, até o querer jaz,
Fechar a sombrinha e aguardar o dia chegar.
Lua provisória,
Chuva que molha bem devagar.
O mundo lá fora me quer ensinar
E agora já e hora de aprender.
O mundo lá fora,
Pequena aurora,
Raio de viver.
Eu quero aprender com você a ser feliz
E o resto é primavera que a gente não espera.
Floresce sem intenção.
Ser plenitude e como pude
Esquecer-me de amar sem sofrer, sem ter saudade,
Fazer poesia com sinceridade.
Fiz muito menos do que podia.
Fui muito mais do que sabia.
Dar-me de encontro comigo e então: Susto!
Pareço não ser e tudo é de repente que é freqüente
Eu me assustar. Esqueço, devo melhorar!
Espantar velhos fantasmas,
Colher frutos maduros,
Doces e puros com a promessa de alimentar.
Retentar, bulir comigo,
Ter você apenas como amigo!
Borracha é natural.
Esquecer não é natural.
Te querer é natural.
Tudo para sempre
Ficará plantado em mim como aquela árvore
E cedo ou tarde voltará
A assombrar com o fruto doce da amizade.
Nada do que foi então será,
A lágrima despida do medo de te amar.
A fuga dessa vida já perdida sobre o mar.
Então veremos face a face
Um sonho bom
Que nunca se acaba ao continuar.
Você é terrível. O túnel, a estrada, a madrugada. O medo de amar.
Eu sou terrível. Flores, palavras, poema pra recitar.
A vida é terrível. Sonhos, desejos,
Tanta mágoa para guardar.
Sejamos terríveis para ninguém notar.
Hora a hora, o tempo se demora,
Eu vou embora sem passado.
Recortando o meu medo de viver
E essa sentida ausência de você.
Buraco de mim, olho no fundo que não parece ter fim.
Preparo o dia como faria se estivesse completa.
Não estar com você não pode me impedir de ser eu.
Estou no ponto de explodir e não consigo.
Meu Deus, eu preciso ebulir,
Entrar em erupção
E depois jaz extinto
Um vulcão-coração.
Fui roubada. A Páscoa passou pascoada.
Dói no peito uma cratera da vida ferida.
As coisas passam despercebidas.
Quero gritar e me calo.
Trovão rompendo a noite. Multidão amorfa.
E o céu distante paira sobre o medo.
Sou sozinha, agora percebo
E ninguém é por mim senão eu mesma.
Fui roubada e ainda estou viva!
Quando se está apaixonada. Tudo é azul
E todo azul é tão sincero.
Mas quando não se pode o nada.
Estar bem sozinha é o quero.
Descobri que não fui feita pra esse mundo,
Ele é que foi feito pra mim,
Portanto qualquer defeito, nele é qualidade.
A saudade dorme em teus braços!
Vim pensando em você e essa frase estampou-se ao natural, como um quadro verde, árvore, flores, cores e eu sem entender direito o que sou e o que preciso ser.
Tentei não esquecer essa frase. Ela pareceu-me escura e forte, como a morte? Que saudade é essa meu Deus?
E o Deus calado me faz pensar. Quero acordar dessa saudade, partir para realidade e ter você ao meu lado e então poder dormir em teus braços e a frase seria: o amor dorme dentro de nós!
Minha vida sempre foi um risco entre o fundo do poço e o precipício. É hora de equilíbrio, de desfazer alguns equívocos e de provar a mim que sou capaz de mudar.
Estar com você, ser. Tentar não dizer, calar.
Amar. Há coisas que não compreendo e que talvez nunca possa compreender.
Na verdade, nem sei o que nos faz querer tanto, em que lugar em mim penso em você. E penso tanto e quero tanto que bobifico-me nessa desrazão, não tenho medo, tenho é paixão.
O que fazer quando se olha pra o céu e se tem a impressão de que faltam algumas estrelas? Ou quando olho pra mim mesma e espero ver você? Não há nada que eu possa explicar.
Um terremoto dentro de mim e a tua inconstante presença a me perseguir, caindo tremenda como uma estrela cadente.
Ei-la diante de mim. Nua dos pés a cabeça. Tímida a olhar profundamente o perdido. O aparentemente invisível.
Trêmula, dá-se consigo mesma, estranha beleza sem forma.
Languidamente tece palavras de som ou silêncio, fazendo pensar ou não pensar. Dando prazer e suscitando a dor. Bebendo o ódio e mastigando o amor. Ei-la, maior do que eu mesma e que minha noção de espaço, a poesia infinita, fêmea criança em busca de nada.
Dormes triste.
Existe em ti algo de luz, verdura de pus que inflama e afermenta,
A ferida não agüenta,
A bomba explode.
Você pode. Você é.
Eu quero apenas o que der.
Lamentar de sofrer. Olhar pra aprender.
Abrir os olhos e não dormir mais, nunca mais sentir teu cheiro.
Teu corpo, tua vida. Dormes feliz, para que eu acorde triste desse sonho de passado.
Dormes triste.
Existe em ti algo de luz, verdura de pus que inflama e afermenta,
A ferida não agüenta,
A bomba explode.
Você pode. Você é.
Eu quero apenas o que der.
Lamentar de sofrer. Olhar pra aprender.
Abrir os olhos e não dormir mais, nunca mais sentir teu cheiro.
Teu corpo, tua vida. Dormes feliz, para que eu acorde triste desse sonho de passado.
Não vás chorar. Não chore ninguém.
Um dia no além de mim.
Um corpo pesado como o deserto, um corpo aberto e sedento.
Atravesso o azul, serei livre.
Serei nuvem.
E o que há de engraçado nisso é que muito poucos passarão a olhar o céu pra me encontrar.
Hoje sou invisível. Você me atravessa. Não movo palavras, não falo objetos. Estou sempre pensando em tomar uma decisão. Observação e deixo de pensar. Por algo qualquer, faço-me mulher dura e forte, torno-me visível. Inflexível decisão é decidir com a mente e só agir com o coração.
Ouvir tua voz. Sinto o vento. Ouvir por um momento e acreditar na vida. Sinto a brisa.
Não ouvir nada, para sentir tudo.
Ficas mudo e meu coração fica feliz.
A guerra acabou, baixemos as armas e louvemos o amor.
Sinceramente, a cura não vem da mente, no meio disso tudo, a vida;
Não tem saída. Exceto buscar no encontro o desencontro, o desavesso, o descomeço. Acho que esqueço e a poeira volta a sentar no seu lugar. Mas apagar o hoje, até quando?
Estou brincando de viver e temo que possa afinal ter um machucado real no meu coração ou em parte de mim presa a alguém.
Hoje eu quedo sozinha, com tantas lembranças na minha bainha. Feitas e desfeitas, perfeitas. Usadas, desgastadas e eu crescendo
Dentro e fora de mim.
A vida é assim e quando não dá a gente troca.
Tem dias que a poesia chega e se abanca, mas às vezes a coisa tranca. Param-se os trens, onde estão os trens?
Surge a multidão e como o vento um ladrão, roubam-se as mãos e fica só a poesia no coração.
O caminho cobra.
A sobra.
A dobra do nada
É você ao quadrado.
Você é quadrado.
E redobrado, o mundo ao teu lado está logrado.
Não tem porque, o teu veneno não me faz mal.
Sinto-me liberta. Não estou com pressa.
Na minha pressa há muita calma, há muita alma.
O que há com você, não quer mais me ver?
Leio na sua voz e tento acreditar. Acredito. Quero-te muito mais do que preciso. Um novo tempo começa. Começamos juntos um sonho azul.
Meu coração foi flechado e lhe pergunto: você está apaixonado?!?
E ele me diz não sei; Não sei é tudo, é silêncio mudo.
A saudade aumenta a estrada, espero não ser magoada.
Espero você me sorrindo, que lindo!
Não maior surpresa que a incerteza que nos devolve com a clareza a verdade do amor. Acho que estou, lembra o coração.
Não me cobro mais ser o que fui. Sou o que sou.
Não quero mais cobrar aos outros, ser o que foram. São o que são.
Muita coisa ficou perdida na minha vida, deixa pra lá, não posso mais voltar. Vou juntar o que sobrou e continuar.
Hoje não quero falar de tempo.
A poesia desce macia e escorrega no papel.
Houve uma explosão no meu coração e quem estava dentro, se foi?
Está tudo em pedaços. Pequenos pedaços de você circulam pelo meu sangue.
É janeiro, foi outubro, será sempre?
Espero todos os dias de amanhã e os que não espero são os que já foram.
Foram e não voltam mais. Hoje não quero falar de tempo, mas o tempo prediz um amor que está durando.
O sol está forte. Não tenho lá muita sorte.
Embora tema a morte. A noite ronda ao meu redor.
Penso no amanhã e uma casinha branca com um rio no fundo reluz no meu pensamento.
Ainda não é tempo de ir.
Não preciso ser franca. Não sou fraca.
Serei apenas o que o possível permitir. Estou sentindo falta de mim e você?
Ela olha-me como antigamente: onde está Nereida?
A lua apagou-se no céu,
Entretanto o azul ainda é minha cor preferida.
Não falarei do medo. Falo tão somente de mim.
Tudo se estende à minha frente...
Crescer, emergir no infinito.
Então tudo é mais bonito quando se aceita o mistério.
À luz da dor. Alguma coisa esquenta aqui dentro.
Será pensamento? Será sentimento? É melancolia!
Achar que eu ia e não fui e não vou.
Achar que o mundo depende de mim e que meu encanto dura tanto quanto uma noite de verão sem fim;
Alô, alô paciência. Disco no tempo a saudade. Agora parece tarde, seja cedo, mais cedo que a solidão.
Diz urgente.
Digo: URGÊNCIA.
Acho sou. Quero mudar.
Alguém gritou: MUDOU!!!!!!!!!!!!!!!
Estrategicamente pensar. Deixar de sentir como o mar, grande demais... Sentir menos, ver além de quem se quebra na areia como quem recolhe o coração em pedaços.