quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Florestas de luto:
Devo estar mesmo triste. A poesia insiste.
É o pincel que não pinta, é a tinta.
Entre o medo e o ato, tenho pois um salto de 108 Km.
A chuva elimina o horror. Volto a sentir calor.
Os lírios despem-se. Tua voz anoitece com pressa.
E já não há alegria na minha fantasia. Só aflição do meu pranto na multidão.
Ninguém me viu chorar. Ninguém leu no meu coração a tua imagem.
Falam de mim os injustiçados, os deprimidos, os apaixonados.
E calam as flores, pois temos histórias antigas de amores despetalados.
A tua presença parte em mil partes eu-diamante.A tua presença brilhante ofusca a minha dor
E cruza a imensidão do pavor.
É sobretudo momento de tristeza bruta,
Um segredo comunica-se como um anúncio explícito,
De súbito me deixei perceber que meu amor por você luta.
É outra época. Daqui a dez anos,
Tirarei o luto e replantarei florestas.

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