sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O silêncio, a vida e a morte ou quem tem uma amiga é quem entende...

Devo confessar-lhe que ao ler o seu texto fui tomada completamente pelo silêncio. O silêncio não como algo ruim, mas como um exercício de montanha, íngrime em mim mesma. Também em silêncio sorri e chorei e estive por instantes no velho sobrado amarelo que ainda não conheci. Viajei também em nosso passado, colegas da universidade, e quando pela primeira vez vi uma menina-mulher falar com tanta paixão de futebol, e eu, com olhos laços apenas admirava, admirava e veja, ainda admiro...
Não posso esquivar-me também de dizer o quanto fico exaustivamente contente ao perceber tua maturidade, e como na poesia do teu modo de existir, vais percebendo que não há diferença entre viver e morrer, e sim entre esquecer e lembrar. De escanteio imagino o quão feliz fica Rafael ao ler suas belas crônicas, como seu lindo irmão pequenino a quem você salvava das brigas e orgulhava num misto de confusão social por ser boa em tudo, inclusive no futebol. Por ser boa, mas boa no sentido mesmo da bondade, da generosidade, da compreensão, da forma impercetível que pisas o solo do meu coração, pela sinuosidade com que somes e apareces como um arco-íris atrás das nuvens. E eu aqui, chorando baixinho diante de um computador frio, mas chorando pela emoção que cresce dentro do peito, por termos tantas memórias, histórias, pelos desentendimentos nunca terem passado de uma linha, e se fechado dentro dela mesma como aspas de pessoas que humanamente erram, se magoam, e se amam. Nós como torcedoras na vida, torcemos sempre para tudo dar certo, para que os nossos desejos mais íntimos se concretizem, torcemos cotidianamente por pequenas coisas, para que se o sinal abra, para que os entes queridos não adoeçam e se adoecidos possam se curar, torcemos pelo fim das guerras, pela paz, por melhores condições de trabalho, estamos sempre na torcida e morremos tanto nessa vida, e voltamos a nascer. Retorno do meu silêncio protegida, protegida de torcer também por nós, de torcer para que não quedemos perdidas e sem emoção, par que todos os sentidos se manifestem e a gente retome em prece a nossa luta. Retorno do meu silêncio afagada pela tua luz, pela tua força e simples assim penso, amig@ é uma palavra que nunca dorme!!!
Por isso amiga, peço-te apenas que continue, continue a me acordar suavemente com a tua poesia.
Um beijo de gol em teu coração flamenguista no centro do maracanã.
Sempre sua, amiga-irmã,
Neu