sexta-feira, 5 de junho de 2009

A vida vai passando lentamente sobre telhados,
restos de sonhos dormidos ou mal acordados.
Penso no que fui... caipora, inconseqüentes desejos
Que em mim ainda moram.
Como sentí-los eternos e vivos agonizantes na sepultura do agora ,
como esquecê-los se ainda residem na superfície da memória ?
Negar, já não sei .
Evitar o possível é possível sem lei ?
Por favor alguém redija essa lei,
Que tenha a força da palavra de um rei que jamais volta atrás
E que faça eu não querer ver-te nunca mais
Nunca mais... sonhar contigo, sorver teus lábios, correr perigo,
Me despir com a tua pele, ser teu fruto doce ou doce verme,
ser-te nas entranhas onde tu és quem tu és e nada mais
ou mais uma coisa qualquer,
pois não suporto perder-te de mim sem começo nem fim
numa história que agora parece só existir dentro de nós.
E sinto, pois nosso amor merece um filme exibido na Walter Silveira,
Numa quarta-feira chuvosa, depois um bom cappuccino e um perfume suave de rosas no ar
ou quem sabe um bom e belo livro de cabeceira que faça os amantes sonharem
em viver tudo tão intensamente, se entregando aos desatinos da paixão,
cedendo aos mais loucos impulsos que pulsam um coração sedento de luar e amor,
outras vezes partido de saudade e dor, aflito por uma explicação que lhe possa trazer de volta
os inesquecíveis momentos de um linda ilusão,
em que amar era inventar confiança , acreditar no inacreditável com a alma de uma criança,
fingir mil motivos para rever o ser amado,
tomar vinho, comer uma massa e dormir bem agarrado nos braços da esperança
e sonhar o mesmo sonho de nada daquilo se acabar
e todos os dias se repetirem no eterno desejo de amar.

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