sexta-feira, 18 de julho de 2014

Nada além

Eu hoje queria escrever um poema cor de vinho, que sangrasse meu espinho, toda a dor do Rosa, do Pessoa, do Azul. Eu hoje queria o mundo nu, carne crua, carne humana em lua, queria a cor que apalpa o invisível, o mais bonito e inevitável, a brisa que arrebenta o meu opaco. O nada aterroriza o vento e se não houvesse olhos, existiria sentimento. Olá, como vai, vida ? Direi que estou perdida e de amar morrerei, morrerei com uma taça fina que quebra em minha língua e simplesmente nunca mais. Eu hoje não queria nada além do que eu quero. (12/06/96)

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