sexta-feira, 18 de julho de 2014

Eterno universo

As confusões se despem, dentro e fora de mim existe o que era para ser um sonho, uma alegria. E frustra-se com a luz do sol e seu próprio fel, como um dia a maia opaco, que não filtra cores, nem dissassocia emoções. Então é isso e eu já nem sei, é o lixo acumulado ao lado. É o tempo escorrendo na ampulheta e os planos que fiz, e o futuro do mistério se escondeu. Uma grande loucura agora deve estacar meu sorvete, a verdade líquida já sonhada, alardia ao estranho de uma revelação. A vida de repente ficou longa demais, abismal. Tenho vontade de correr e não corro. Tenho vontade de parar e não páro, de cuspir, ralhar, argumentar palavrões. De sair aos saltos, armada até os dentes, de não poder mais, de poder mais e não saber poder. Armada de mim mesma e dessa impáfia reveladora do que somos. E às vezes pode melhorar. Acreditando no invisível, no desconhecido, no enigmático e nessa hipótese posta sobre a mesa como toalha, tudo vai melhorar. Não compreendo. A desoladora realidade, manchetes, sangue, fome, frio e a plenitude de passageiros que em silêncio se encaminham para os seus destinos. Mas diante desse céu azul iluminado, cahamar um a amigo ou dois e chorar tudo que se passa aqui em meu peito, todas essas coisas que são. e que mesmo eu não sabendo ao certo como são, sei que são. E isso me deixa em farrapos. Porque se estou doida e sinto, é um desamparo não ser mais criança e quando o sol cansar de estar aqui, adormecer entre anjos, plumas e lençol azul. E sonhar com o fim da vida, uma casinha sem muita coisa, um rio que possa ser rio e o tempo inteiro a banhar-me, olhando as plantas crescerem e mudarem de viço nas estações. Ser tranquila diante da imensidão do mar e das contradiçoes da lida, e então sentir-me menos só, nos desastres cotidianos. E parar para poder sentir ALEGRIA, visitar minha vó, ou uma velha tia. Relembrar movimentos, ver fotos, reler minha antiga poesia e sentir ternura por estar acordada e descobrir enfim que o grande amor não deu em nada. E do crime ficou o cansaço das horas fatigadas, como vendavais despertaram em mim qualquer coisa a mais. Talvez partir, soltar todas as amarras e desembocar à luz de velas, no que sempre foi e se mistura em mim feito noite no eterno universo.

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