sexta-feira, 18 de julho de 2014

A realidade

Ao olhar e ver para dentro de você. ver na íris brilhante que não me perdoava. Ver tua mágoa por não poder mais. E sentir-me profundamente triste por tudo ser tão claro e irresoluto. Ter vontade de chorar mesmo, de espernear como uma criança que não quer muito e mesmo o quer por direito, decidem que ela não pode. Diante de você e de tudo já visto antes, a antiga sensação brotando no centro do peito e eu me dizendo, estou só, é isso, estou só? Querer gritar e não achar-se no direito, querer fugir e todos os lugares que penso ainda cabem nós dois. Ainda bem que és jovem e tua vida não vê os dias como se fossem um morango que esquecera na geladeira por muitos anos... e ao vê-lo, ter um enorme sentimento de chorar. Chorar por nós mesmos, chorar pelo outro que ainda somos nós, e sobretudo chorar a sós, às escondidas e sem lágrimas. Apenas no peito uma inflamação da alma. Não é tanto tua falta que sinto. Não é mais. Depois de tantas idas e vindas, as águas ficaram mais claras e percebi que o fato das coisas serem profundas não explica, nem sequer justifca a dor, as dores. De tudo que sei, lamento apenas ter que gaurdar para sempre o teu olhar e ter visto nele, toda a nossa vida esgotada. sem passado, sem futuro, de fora absorvo somente a ausência. Sei que não tardará, o outono beija a boca do inverno, o inverno virá e talvez não seja agradável sentir o frio do meu corpo distante, para sempre distante, do calor do era amor. E hoje basta ser como uma coisa forte que ampara e desconsola. Um sossego inexplicável de ternura e tristeza medieval como águas imensas que atravesso misteriosamente para voltar a vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário