segunda-feira, 22 de junho de 2009

Confissões a uma Amiga-irmã

Oi, tudo bem? Estou querendo te ver de verdade, um tempo pra conversar... essas coisas. Plantas, vinhos, saber de você por você, pois os outros... esses sabem bem pouco de ti. Ou será eu que não sei de nada? Sermão?! Não!! Quero saber de você e falar de mim. Beijos e grande abraço.

Amiga-irmã

Tenho acordado com os pássaros e cantado para espantar tristeza. Tristeza de quê...me perguntarias,
tristeza dessas guardada nos livros de Gabriel Garcia Marquez ou nas poesias longíquas de Neruda.
Nada que ofusque ou maltrate. Talvez nem seja tristeza, nostalgia de roda vazia sem fumaça no ar, sem a casa cheia de amigos, sem crianças crescendo, em banho de sol ou de lua, sem comidinhas compartilhadas.
Vontade de ficar junto também, esparramada, sem amarras de julgamentos. Saudade também de ter um amor com gosto de café e pãozinho quente de manhã. De ter música junto, sonhos, terra. Mas também não me ouriço, como diria Renato Russo " a solidão até que me cai bem"(rsrs) Depois de muito tempo, revi meu bem, em São Lázaro, estava lindo... É sempre estranho revê-lo, deve ser assim todos os grandes amores, um lugar interditado dentro de mim, bomba de Hiroshima, poesia velha e sem rima, gosto estranho de algo que não existe mais.
No trabalho, aprendendo a ser cobra, talvez cobra de vidro, transparente e mansa, também cansada de descobertas de outras de pessoas, aquelas como tu dizes, com quem temos que aprender a não ser. Fadiga de ter lido um pouco Marx, causa-me um certo tédio. Bem, é isso e aquilo, inferno astral para o paraíso, certeza apenas do agora.
Acho que estou precisando ir ao Capão, fazer fogo, dormir com o corpo colado na terra, ouvir o coração da vida, não fazer nada, senão caminhar com meus pensamentos fora do lugar.
Ver a nêga gargalhando, você cantando músicas de outras eras, Patrícia deslizando, esporádica e o mundo inteiro a nosso volta, um presente, êxtase.
Ah, quanto aos que falam de mim, cheguei à conclusão de que sou um fato social(rsrsr), felizmente há as(os) que me amam e me guardam, as/os poucas(os) que escolho e me escolhem sempre. Ser amigo é conhecer o silêncio do outro e também quando a alma está berrando um pouco de colo.Te amo-te...Beijocas
Sempre sua,
Gaia : )

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